Endometriose: correlação com outras doenças

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endometriose

Endometriose, o mal do século

Endometriose está no auge dos assuntos relacionados à saúde da mulher nos últimos anos, mas ela ainda é pouco conhecida.
Existem muitos mitos e crenças que por muitas vezes encobrem o tratamento ideal para cada mulher, de acordo com a sua vontade e necessidade.

Se você ainda não sabe o que é a Endometriose, acesse a este blog aqui .

Quais doenças podem estar correlacionadas ?

Na literatura existem relatos de sintomas da doença desde 1690 por Daniel Shroen.
E, durante a década de 1920 ganhou vários nomes como: cistadenoma, fibrose cística, adenomioma.

Contudo, a endometriose é um problema de enorme importância, não só do ponto de vista médico e social, mas também do ponto de vista econômico.

Os custos anuais do tratamento da endometriose na Europa variam de € 0,8 bilhões a € 12,5 bilhões, a depender do país, e são comparáveis ​​a outras doenças crônicas, como diabetes.

Os fatores de risco para a endometriose incluem:

  • Menarca precoce – estudos epidemiológicos analisando o ciclo de mulheres com endometriose mostraram que o primeiro ciclo precoce (antes dos 11 anos) está associado ao risco de endometriose;
  • Ciclos genitais inferiores a 27 dias, defeitos genitais, incluindo crescimento excessivo do hímen ou estreitamento do canal cervical;
  • O risco de endometriose é maior em mulheres com ciclos curtos, ou seja, com duração inferior a 27 dias, mas não está relacionado ao número de dias de sangramento e ao volume da menstruação;
  • IMC baixo;
  • Pequeno número de nascimentos, raça caucasiana (classificação racial desatualizada);
  • Idade entre 25 e 29 anos;
  • Consumo diário de álcool;
  • A endometriose é mais frequentemente diagnosticada em mulheres inférteis que são fumantes ativas e cujo índice de massa corporal (IMC) é normal ou baixo.

Em casos de doenças alérgicas, segundo o estudo, foram realizados testes com níquel e cobalto, sendo estes com mais de 50% das mulheres do grupo de estudo (saudáveis) e quase 45% do grupo de controle (com endometriose).

A alergia a níquel atinge cerca de 10 a 23% das mulheres, sendo a mais comum dentre as dermatites alérgicas de contato.
E sim, ela está correlacionada à endometriose.

Ou seja, o grupo de mulheres saudáveis apresentou alergia alimentar mais cedo que as mulheres diagnosticadas com endometriose.
No entanto, a rinite alérgica foi apresentada em mais de 55% das mulheres com endometriose e mais de 60% das mulheres do grupo saudável.

Neste mesmo estudo, também realizaram-se testes com alegria alimentar, no caso, consumo de produtos de soja, carne bovina, aves, peixes e produtos dietéticos, bem como o uso de álcool.
Aqui, a frequência do consumo de soja e de álcool foram significativamente correlacionadas à doença crônica.

A média mais interessante dos resultados, foram as mulheres alérgicas e com endometriose no consumo de carnes vermelhas (bovina).
O que significa dizer que a frequência desse alimento pode prejudicar a inflamação da doença.

Quanto aos testes com alimentos lácteos, cerca de 32% apresentaram menor risco à endometriose confirmada em comparação as que consumiam pelo menos 4 porções de laticínios/dia, na adolescência.

A explicação para essa correlação pode ser a associação entre a endometriose e os níveis de vitamina D no organismo, que pode ser derivada da observação de que a vitamina D estimula as células T-reguladoras e a secreção de IL-10, reduz a concentração da citocina pró-inflamatória IL-17 e amortece a função imune T-helper 1.

Em relação às doenças autoimunes, o estudo não foi suficiente para se chegar à uma conclusão.
Contudo, foram demonstradas anormalidades substanciais no sistema imunológico de mulheres com endometriose, o que sugere uma dependência entre endometriose e o risco de artrite reumatoide incidente.

Outra informação importante que está correlacionada à endometriose, são as células T(Th1 e Th2) e NK, que estão ligados à asma, imunidade, câncer e inflamações mais graves, como a doença crônica, da qual falamos neste artigo.
Além dos fatores genéticos, imunológicos e ambientais.

Como hábitos alimentares podem ajudar na prevenção e pós diagnóstico da Endometriose

O consumo de vegetais verdes e frutas frescas é considerado o mais benéfico.
Eles contêm antioxidantes, que desempenham um papel importante no bom funcionamento do sistema imunológico e na remoção de radicais livres.

Vale ressaltar que a fibra contida nos vegetais interage no controle da flora bacteriana intestinal e afeta o equilíbrio hormonal.

Sendo assim, deve-se evitar o consumo de outros alimentos, como a soja (óleo de soja, shoyu, tofu) que tem atividade semelhante a do estrógeno e podem acentuar a alteração hormonal.

Evite também o excesso de açúcar e alimentos refinados (como bolos confeitados).

Para melhor tratar a doença, recomenda-se:

  • EPA/DHA (W3) – O uso do ômega 3 diminui as citocinas inflamatórias, retardando o crescimento da implantação endometriótica. Consuma peixes ricos nessa gordura do bem (sardinha, salmão, arenque).
  • Vitamina D – Um solzinho diário de 20 minutos, para aumentar as concentrações dessa vitamina que está envolvida no nosso código genético.
  • Resveratrol – Polifenol presente no cacau e nas uvas.
  • Inibidores naturais da COX-2 – Gengibre, cúrcuma, pimenta cayena, chá verde e a cebola roxa.
  • A vitamina E por exemplo, presente em óleos vegetais, no germe de trigo, ovos e cereais integrais, melhora a cicatrização dos ferimentos causados por hemorragias internas do endométrio.

Algumas vitaminas que são aliadas:

Vitamina A: Desempenha funções básicas no organismo, além de ter função antioxidante, atua na integridade estrutural e funcional dos tecidos, no processo de reprodução, forma barreira protetora às infecções, como também participa na síntese dos linfócitos T (células de defesa do organismo). Os principais alimentos a serem consumidos relacionados à endometriose são os de fonte vegetal como a cenoura, o mamão, a abóbora, a manga, tomate e pimentão.

Vitamina B1: Envolvida na transmissão de impulsos nervosos, sabe-se que doses elevadas desta vitamina podem diminuir a dor, as melhores fontes são: germe de trigo, semente de girassol, amendoim torrado, feijões, ervilhas e com um pouco mais de moderação a carne de porco magra, gema de ovo e peixes.

Vitamina B6: Mantém a resposta imunológica. Sua deficiência pode causar irritabilidade e depressão, alguns dos sintomas em mulheres com endometriose. Os alimentos mais recomendados são: germe de trigo, cereais integrais, leguminosas, batatas, banana e aveia.

Vitamina B12: Esta vitamina quando combinada com as vitaminas B1 e B6, produzem efeito anti-inflamatório e analgésico. As principais fontes são alimentos proteicos como leite, ovos, peixes e queijos. Escolha laticínios com menor teor de gordura.

Vitamina E: Desempenha poderoso efeito antioxidante quando comparada à vit. A e aos ácidos graxos poli-insaturados, como os ác. graxos essenciais. A função antioxidante se dá pela proteção de ác. graxos poli-insaturados essenciais (ômega 6 e ômega 3) que evitam a ação lesiva em tecidos, conhecido como estresse oxidativo. Os alimentos fonte são: óleos vegetais como soja e milho, germe de trigo, ovos, cereais integrais e sementes oleaginosas como nozes, amêndoas. Outra propriedade indireta antioxidante desta vitamina está na síntese de eicosanoides, que são substâncias biologicamente ativas e provenientes dos ác. graxos poli-insaturados. Eles participam de reações inflamatórias, estão diretamente ligados à resistência imunológica, os quais produzem uma resposta diferente no organismo, por exemplo, quando há deficiência de vit. E, existe o aumento do processo inflamatório, mediado pelos ác. graxos ômega 6; já quando há um aumento da vit. E ocorre um mecanismo de defesa do organismo, mediado pelos ác. graxos ômega 3. Os ác. graxos presentes em óleos de peixe podem inibir a formação de implantes endometriais. As principais fontes de ômega 3 são: salmão, sardinha, atum e sementes de linhaça.

Vitamina C: Esta vitamina também tem ação antioxidante, especialmente em conjunto com as vitaminas E e A. Participa do processo de cicatrização e reduz a suscetibilidade às infecções. Combinada com bioflavonóides (substâncias antioxidantes encontradas como pigmentos de frutas, verduras e vegetais superiores), reduz a permeabilidade capilar e aumenta a resistência dos micro vasos, que leva a inibição de processos inflamatórios, diminuindo a formação de prostaglandinas inflamatórias e aumentando o catabolismo de ômega 6. É encontrada em frutas cítricas, couve, brócolis, pimentão, frutos da roseira e groselha preta.

Zinco: Exerce funções fisiológicas específicas como crescimento e replicação celular, maturação sexual, fertilidade, reprodução, funções fagocitárias e imunitárias. Sua deficiência pode causar alterações no comportamento, diminuição da imunidade, lesões de pele e alergia cutânea. Os alimentos fonte são: frutos do mar como ostras e mariscos, carnes vermelhas, castanhas, amêndoas e amendoim. Alguns fatores podem interferir na absorção de zinco como:

Selênio: Poderoso antioxidante poupador de vit. E em muitas reações metabólicas. Em conjunto com vit. A, C e E têm sido usado no tratamento da Endometriose como anti-inflamatório. Suas principais fontes são: atum, sardinha, bacalhau, ostra, castanha do Pará, germe de trigo e farinha de trigo integral.

Fonte: EndoPelvic

Agora que você já está munido de bastante informação nutricional, que tal alterar a sua alimentação para diminuir os riscos, ou se você já for diagnosticada com a endometriose, melhorar os sintomas?

Lembrando que este artigo tem embasamento científico.
Procure sempre um médico habilitado e especialista no assunto para diagnóstico e melhor opção de tratamento, de acordo com o grau da doença e todos os fatores de risco também.

Se este artigo te ajudou de alguma forma, nos ajude a levar mais conhecimento em saúde da mulher para mais pessoas, compartilhe!

Medless, qualidade de vida de dentro para fora.

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