USO MEDICINAL DA CANNABIS

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cannabis

A cannabis sativa pertence à família Moraceae e à ordem urticales. É uma planta dióica, onde temos partes masculinas e femininas. A fêmea contém maior quantidade de canabinóides do que o macho. A fêmea morre após o amadurecimento das sementes, quanto ao macho, morre após a liberação do pólen.

Cannabis

A cannabis foi umas das primeiras plantas a ser cultivada pelo homem, sua utilização começou por volta dos anos 1700. Era muito utilizada pelos hindus e chineses e está descrita na farmacopeia mais antiga do mundo, chamada de Pen-ts’Chin, onde descrevem que seu uso era muito eficaz nos tratamentos de malária, problemas intestinais, em dores e em  problemas do sistema reprodutor feminino.

A medicina começou a conhecer o efeito químico da cannabis quando o psiquiatra francês Moreau de Tours experimentou em si mesmo os efeitos da cannabis e descreveu hipóteses a respeito da sua ação principal no sistema nervoso central (SNC) e ele foi um dos responsáveis pela introdução da cannabis na medicina ocidental e por utilizá-la nos tratamentos de cólera, raiva e doenças infeciosas.

No ano de 1937 foi instituído uma lei que aprova o uso da cannabis para fins medicinais, sendo uma das recomendações a prescrição ser realizada apenas por médicos e sempre comunicar ao Federal Bureau of Narcotics.

A cannabis possui mais de 400 compostos químicos, sendo divididos em aminoácidos, hidrocarbonetos, açúcares, esteroides, sesquiterpenos e entre outros. Os compostos mais abundantes são:
 

Delta-9-tetra-hidrocanabiol

Delta-8-tetra-hidrocanabiol


Cannabidiol

Canabinol 

O CBD não possui ação psicoativa significante, mas, tem sido utilizada em diversos tratamentos como: esclerose múltipla, autismo, alzheimer, ansiedade, fibromialgia, endometriose, epilepsia, lúpus, dores crônicas e artrose, devido a estudos demonstraram que ela possui grande capacidade neuroproterora, anticonvulsivante e anti-inflamatória, justamente por seu poder antioxidante contra os radicais livres e ação sobre o sistema imunológico.

O THC é o principal ativo da cannabis, ele possui potente ação psicoativa e  alta afinidade lipofílica, o que favorece a maior ação no nosso organismo. Nas plantas, a quantidade de THC varia de acordo com a parte utilizada da planta conforme a tabela a seguir

PARTE UTILIZADAQUANTIDADE DE THC
FOLHAS E FLORES1% A 5%
RESINA PRODUZIDA PELAS GLÂNDULAS
5% A 10%
ÓLEO EXTRAÍDO DA RESINAIGUAL OU SUPERIOR A 50%

O THC tem sido muito utilizado nos tratamentos de: glaucoma, por ajudar a reduzir a pressão intraocular; tratamentos de câncer, ajudando a dessensibilizar os receptores de dor, reduzir os sintomas de náusea e vômitos em pacientes submetidos a quimioterapia; Tratamentos para aumentar o apetite, principalmente em portadores do HIV, onde a anorexia pode ocorrer devido a doença ou a outros fatores psiquiátricos.

Os compostos canabióides podem ser encontrados em plantas, ser sintetizados ou produção endógena. Durantes os anos 80 e 90 foi possível identificar os receptores específicos de canabinóides o CBD 1 encontrado em grande quantidade no sistema nervoso central e o CBD 2 encontrado em maior quantidade no sistema nervoso periférico e a anadamida (AEA) e o 2-araquidonilglicerol (2-AG) canabinóides endógenos.

A anandamida foi encontrada em regiões do cérebro como: hipocampo, cerebelo e estriado, onde também possui grande quantidade de CB1, sendo assim, explicado a ação nas funções cerebrais como: humor, fome, dor, sono e memória. Foi encontrada também no baço e no coração, onde existem altos níveis de CB2, mas baixos níveis de anandamida.

 Vale lembrar que o uso dos princípios ativos da maconha são diferentes do fumo, pois o segundo em questão é prejudicial ao organismo, promove alucinações no usuário e o efeito “chapado” como já ouvimos falar. O uso terapêutico para fins medicinais conta com estudos de comprovação, dosagens padronizadas e personalizadas de acordo com o tratamento, laudo de fornecedor com graus de pureza e estudos de controle de qualidade.

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